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Nova medida tem como objetivo enxugar a safra e valorizar a produção
O esforço do Piratini para elevar o preço mínimo do arroz garantiu, pela primeira vez em grande escala, o uso do grão como ração animal. A medida foi anunciada ontem pelo Ministério da Agricultura, em Brasília, diante do secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, e do presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira.
No Estado, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado, Renato Rocha, recebeu a medida com entusiasmo, lembrando que é uma reivindicação do setor feita no final de dezembro. Rocha salientou que essa é uma ótima solução para enxugar o excedente da safra e projetou cenário otimista para o setor nesse segundo semestre.
– O preço da saca já está em R$ 22,33 e com esse anúncio deve subir, pois o mercado está absorvendo muito bem as medidas tomadas pelo governo – afirmou Rocha.
A operação avalizada pelo governo federal pretende recuperar os preços pagos aos arrozeiros gaúchos, principais produtores do grão no país. Após receber garantias de que a substituição do milho no alimento de aves e suínos não traria restrições nutricionais, a equipe econômica do Planalto deu aval financeiro ao negócio.
Em no máximo 30 dias, o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento devem realizar um leilão para comercializar cerca de 500 mil toneladas de arroz.
– O produtor receberá pelo menos R$ 25,80 pela saca, enquanto a indústria pagará um preço menor do que o desembolsado pelo milho – disse Mainardi.
O governo federal prometeu costurar os detalhes do processo até sexta-feira. Na avaliação do secretário nacional de Política Agrícola, José Carlos Vaz, a estratégia poderá servir de modelo para as próximas safras, caso enfrente novamente dificuldades.
Fonte: Sips