2018 foi um ano positivo para a agricultura?
Podemos afirmar que sim, afinal…
A segunda maior safra da história foi colhida
Grandes potências, como a China, passaram a comprar cada vez mais do Brasil
Um importante setor começou a colher resultados melhores e vai terminar o ano com aumento em vendas
Estamos falando do setor de máquinas e implementos agrícolas.
Depois de dois anos seguidos marcados por uma baixa nas vendas, 2017 e 2018 vieram para dar um respiro ao setor.
As maiores feiras agro do país movimentaram alguns bons bilhões e superaram as expectativas em vendas.
As previsões feitas no início do ano de um aumento no faturamento de 8% em relação a 2017, hoje se confirmam na casa dos 15%.
Continue lendo e acompanhe uma retrospectiva dos principais fatos sobre as máquinas e os implementos agrícolas e quais são os desafios para 2019.
O ano de 2018 para o segmento das máquinas e implementos agrícolas
2017 protagonizou a maior safra de todos os tempos e por isso mesmo as previsões eram boas para o ano que iniciava.
Em janeiro, já era possível afirmar que teríamos outro ano de bons negócios. Mesmo assim, o crescimento projetado dentro do setor foi de apenas 5%.
Desde então, as exportações se destacavam como sendo uma parte da economia não atingida pela recessão econômica.
No primeiro bimestre de 2018, veio uma queda de 1,1% no faturamento interno, em relação ao mesmo período de 2017.
Em abril, a Abimaq, entidade que representa a indústria nacional de máquinas e implementos agrícolas, reformulou as expectativas de crescimento nas vendas para 8%.
A recuperação era esperada, pois nos próximos meses aconteceriam importantes eventos para o negócio de máquinas e implementos agrícolas, como a Agrishow, uma das principais feiras do ramo da América Latina.
Neste mesmo mês ainda, o setor voltou ao patamar dos melhores anos de exportação, que foram 2010 e 2011.
As entidades negociavam com o Ministério da Agricultura o aumento do capital disponível para o novo Plano Safra.
Já no quinto mês do ano, veio o primeiro alerta por parte da Abimaq.
Produtores que optassem por investir em máquinas e implementos no segundo semestre do ano correriam o risco de não ter os equipamentos a pronta entrega.
Os motivos apontados foram o bom momento do agronegócio, com o país colhendo a segunda maior safra de grãos da história, e as vendas que aumentaram nas feiras anteriores à Agrishow.
Próximos do segundo semestre do ano, foi a vez da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, revisar os seus números.
Para o presidente da Associação, Antonio Megale, era possível ultrapassar em 9% o concluído em 2017.
Com o término da Agrishow, um resultado histórico de faturamento: 2,7 bilhões de reais, aumento de 22,7% sobre a última edição.
A desvalorização do real frente ao dólar, a recuperação dos preços das commodities e o nível tecnológico apresentado na feira foram alguns dos indicadores de sucesso.
Daí em diante, o setor foi carregado por bons ventos.
Em julho, a Abimaq comemorava as altas no faturamento.
Foram 10,6% acima de julho de 2017 e 4,7% a mais que nos primeiros sete meses do outro ano.
Em agosto, além do aumento de produção, em 35,1%, ocorreram mais aumentos também nas vendas.
As 5 mil unidades vendidas somente naquele mês foram 30,5% maior que na comparação anual.
No acumulado dos meses, 29,6 mil máquinas foram vendidas, em contra partida com as 27,9 mil dos oito meses de 2017.
Em setembro, foi a vez da Expointer dar às caras com suas vendas 18,8% acima da última edição.
E nesta penúltima semana de outubro, a Abimaq deu a martelada final e considerou 15% de aumento no faturamento com máquinas e implementos agrícolas até o final do ano.
A queda dos juros do Plano Safra, a motivação das duas últimas safras e as possibilidades da próxima são algumas das razões para o aumento de vendas.
Na visão de Pedro Estevão de Oliveira, presidente da Abimaq, a expectativa é que os produtores usem o crédito disponível no Plano Safra para investir em máquinas e implementos.
Os desafios para 2019
O atual presidente da Abimaq divide os desafios do setor de máquinas e implementos agrícolas em dentro e fora da fábrica.
Os de dentro da fábrica foram ocasionados pela mudança de realidade que estamos vivendo.
Como relata Oliveira em entrevista à Revista Máquinas e Inovações Agrícolas, antigamente as indústrias eram formadas basicamente por engenheiros mecânicos projetando máquinas.
Hoje, os engenheiros mecânicos dividem espaços e ideias com engenheiros da informática, com a tecnologia da informação e com as equipes mecatrônicas.
E não é se duvidar que no futuro, talvez, eles poderão ser substituídos por tudo isso.
Todas essas mudanças na forma de fabricar máquinas e equipamentos surgiram para atender às demandas relacionadas à Agricultura de Precisão.
Saiba mais sobre Agricultura de Precisão aqui.
Já os desafios fora de fábrica estão ligados aos antigos problemas da produção agrícola brasileira, como os custos de produção e a logística.
Saiba mais sobre os Custos de Produção Agrícola aqui.
Saiba mais sobre Logística na Agricultura aqui.
Mas por que a Agricultura de Precisão tornou-se um desafio ao produtor rural?
Você pode não ter notado, mas além de uma forma revolucionária de produção, a Agricultura de Precisão é também um desafio a ser superado.
É fato que a tecnologia está reinventando a agricultura e trazendo grandes avanços para todas as etapas do processo.
As novidades, porém, não chegam do nada até o produtor.
Levá-las até o dia-a-dia da propriedade exige acesso à informação e aprendizado.
O acesso para que o produtor rural ao menos saiba que essas tecnologias existem.
E o aprendizado para, além de saber, conhecer como elas podem ser usadas a seu favor.
Nesse momento, é indispensável dispor de pessoas aptas para operar os novos maquinários de maneira adequada.
E como o grande diferencial da Agricultura de Precisão são os dados gerados, cabe aqui a organização de uma equipe especializada na análise destes dados.
Entende-se agora que os dados são a nova bússola da agricultura.
Produtores e máquinas precisam estar em conformidade para aproveitar a grande quantidade de informação que os novos maquinários então levantando.
Por esses motivos, trabalhadores, operadores e proprietários precisam investir em treinamentos para:
Se tornarem capacitados nesse novo tipo de gestão
Entenderem como usufruir de todo potencial das novas soluções
E se tornarem cada vez mais qualificados e bons no que fazem
Leia mais sobre Qualificação dos Produtores Rurais aqui.
De produtores de que tamanho estamos falando?
É comum – mas errado – pensarmos que tecnologia é coisa de produtor grande.
O pequeno produtor tem sido um segmento foco da maioria das indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas de última geração.
O entrave, como é de se esperar, começa no custo de aquisição desses equipamentos ultramodernos.
Custos tão altos que, mesmo que o pequeno produtor estivesse disposto a pagar, ele não teria de onde tirar.
Passamos a bola, então, para a indústria encontrar formas de se adaptar à realidade do pequeno produtor.
Nas palavras de Pedro Estevão de Oliveira:
‘‘Todos estão empenhados em levar cada vez mais o ‘‘pronafiano’’, ou seja, aquele produtor elegível ao Pronaf, para o mundo da Agricultura de Precisão. Ele tem acesso a condições de financiamento bastante atrativas, seguras, com volume maior de recursos disponíveis e taxas mais baratas, diferentemente do agricultor de grande porte.’’
Portanto, após alguns anos de perrengue, hoje podemos dizer que o setor de máquinas e implementos agrícolas respira aliviado.
2018 terminará com todas as expectativas em vendas superadas e isso serve para nos mostrar que o segmento fez escolhas certas e que o produtor soube investir.
Mais do que isso, apresentamos um panorama para você que é da área ou que tem interesse em aplicar recursos em máquinas ou equipamentos até o final do ano. O momento é agora.
E se você gostou do assunto aqui abordado, te convidamos para acessar os demais materiais que produzimos sobre os assuntos do agronegócio. Estão todos reunidos no Blog da Agrimec.
Ótimas dicas, vejo que esta empresa é muito responsável no ramo que se propõe. obrigado aprendi muito lendo.
Att Juliana