Você lembra da época em que o produtor rural era associado com a figura do homem caipira, descansado enquanto observava o gado no pasto?
Tempos passados estes! As últimas safras estão aí para provar que a agricultura, sozinha, é capaz de movimentar boa parte do país – e gerar lucros e empregos.
Estamos falando de um setor que:
- É responsável por 23,5% do PIB nacional;
- Emprega 19 milhões de pessoas;
- Engloba, aproximadamente, 70 milhões de hectares cultivados;
- Mantém relações de venda com 224 países.
É bastante coisa, não é mesmo?
Todos estes números justificam a importância da atividade no cotidiano das pessoas e a sua contribuição econômica no desenvolvimento do país.
Fora isso, o agronegócio é um grande palco de testes e experimentações.
Quase que na mesma velocidade com que os problemas surgem, é possível desenvolver técnicas que os inibem ou que diminuam seu impacto sobre a produção.
Tudo isso graças aos avanços do tempo. Graças à capacidade que o agronegócio também teve de se moldar e incorporar novas tecnologias no seu terreno.
Mas e as pessoas, será que elas estão acompanhando as mudanças no mesmo ritmo em que elas acontecem?
A pergunta acima diz muito sobre o que queremos discutir: a qualificação do produtor rural.
De nada adianta existir uma enxurrada de novas maneiras das coisas antigas serem feitas se não houver um treinamento prévio para manuseio destas novidades.
A produção é apenas uma parte de todo o processo e exige do produtor rural conhecimentos mais aprofundados em várias outras áreas.
O número de trabalhadores que não estão aptos para operar novas máquinas e que desconhecem técnicas eficientes que podem ser aplicadas na produção é maior do que imaginamos.
Pesquisas oficiais apontam que mais de 70% dos produtores rurais do Brasil não recebem, regularmente, auxílio técnico por meio de programas de assistência técnica e extensão rural.
A qualificação dos produtores rurais é a melhor forma deles retirarem todo o potencial dos novos equipamentos e os tornarem eficientes.
Se levarmos em conta que o manuseio correto de máquinas e equipamentos tem grande influencia na diminuição de custos e na produção de mercadorias de maior qualidade, a capacitação torna-se ainda mais necessária.
Além disso, treinamentos evitam acidentes e preservam a vida e a saúde do produtor rural.
Entre os outros benefícios que a qualificação do trabalhador rural oferece estão:
✔ A diminuição na rotatividade de funcionários, que sentem-se mais seguros para exercer suas funções e, portanto, permanecem onde estão;
✔ A melhora na convivência no ambiente de trabalho, que passa pela capacidade de todos estarem satisfeitos e preparados para realizar suas funções; e
✔ Aumento da confiança do trabalhador, porque irá ter certeza do que está fazendo, pois foi capacitado para aquilo.
A melhor e mais viável opção é investir em cursos técnicos e profissionalizantes. E com o auxilio da internet, isso pode ser feito diretamente de casa, a qualquer momento e totalmente de graça.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Senar, é uma das maiores referências neste sentido.
Com mais de 3 milhões de brasileiros do meio rural sendo profissionalizados todos os anos, a entidade contribui para a integração, para a melhoria da qualidade de vida e para o pleno exercício da cidadania dos trabalhadores.
Além de alavancar um cenário de crescente desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e de avanços sociais no campo.
O Senar atua por meio da formação técnica, profissional, superior, a distância e ainda leva assistência técnica às propriedades rurais.
Nesta mesma linha encontramos também o Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
Seja online ou presencial, é possível aprender sobre sustentabilidade, gestão e finanças, com foco na agricultura.
A ausência de qualificação dos trabalhadores do campo não pode mais ser permitida em um setor que tanto produz e contribui como a agricultura.
A capacitação contribui para a superação dos desafios que o mundo rural moderno cria, garante autonomia ao produtor e oferece maior número de soluções diante dos conflitos.
Uma vez entendido como espaço de produção, o campo precisa ser composto por pessoas com amplos conhecimentos técnicos, a fim de colocá-los em prática e corrigir erros na produção que não seriam possíveis sem a qualificação dos produtores.
Fontes: G1.globo, Blog Jacto, Blog Cresol, Senar e Sebrae.